Reprodução, cotidiano e o Comum

Iniciamos a terceira aula do curso problematizando a ideia da sala de aula como um espaço de transmissão de conhecimentos. Na medida em que estamos interessados em provocar um deslocamento no modos de ensino-aprendizado de uma disciplina regular, desejamos que outras experiências sejam possíveis. Neste caso, assumir um curso enquanto “laboratório” significa assumir a sala de aula como o espaço-tempo de uma prática coletiva capaz de produzir o Comum. Mas para que isso aconteça alguns requisitos devem ser respeitados. Devemos criar alguns protocolos, infraestruturas, práticas, dar lugar para a formação de uma comunidade de praticantes, um coletivo de aprendizagem, para que possamos superar a ideia de um sujeito autônomo e soberano que aprende individualmente. Ninguém ensina ou aprende sozinho. Não se trata de transmissão de conteúdos. Somos sujeitxs interdependentes e produzimos conhecimentos coletivamente. Isso parece óbvio, mas é sempre bom retomar essas questões para que possamos dar maior consistência e continuidade às práticas e aos acordos (entre xs estudantes e professorxs) que sustentam as condições de experiência.

Em seguida, avançamos na discussão do texto Sobre o feminismo e os comuns, da historiadora Silvia Federici (programa da aula aqui).

O trabalho de Federici permite que possamos apreender como as mulheres e suas lutas pelos comuns (em duas diversas expressões: terras, água, saúde, cultura…) atravessam a história do capitalismo, desde sua emergência. A perspectiva feminista, neste sentido, permite que coloquemos o Comum à prova, diante dos mecanismos contemporâneos que fazem uso Comum para o benefício privado e acumulação capitalista e assim, verificar sua disposição emancipatório ou anti-capitalista. Em cada caso, é preciso interrogar as condições e os efeitos práticos na vida e nos corpos quando se pretende defender ou promover o Comum.

Federici aponta como as lutas contemporâneos pelo Comum emergem como alternativas à expansão das políticas neoliberais da recolonização, novos cercamentos e formas renovadas de expropriação de bens comunais. Mas também, como horizonte alternativo no campo da esquerda ao esgotamento dos projetos de mudança societal das tradições revolucionárias ou socialistas.

A perspectiva feminista de Federici interroga as formulações dicotômicas e as hierarquias estabelecidas entre o trabalho reprodutivo e o trabalho produtivo, e com isso abre-se um amplo terreno de politizações. A tensão entre o âmbito privado e público (como se apenas a dimensão pública fosse o terreno da política), o pessoal e o político, a reprodução do cotidiano e o ativismo político, são problematizadas em suas hierarquias e como a manutenção dessas assimetrias permitem a continuidade da exploração e das desigualdades de gênero e raça, atravessando boa parte dos projetos de transformação social ou revolucionária.

O “Comum” em Silvia Federici, interroga essas distinções e repolitiza a vida em sua integralidade e transversalidade. Comunalizar significa a produção de nós mesmos como “sujeitos comuns”, interdependentes. A comunidade, sem a qual não existe comum, não se confunde com a comunhão identitária. Ela é uma qualidade de relacionamento, baseada na cooperação e na responsabilidade. Daí sua proposta de também comunalizar o trabalho reprodutivo.

Passamos então ao segundo momento da aula. Inspirados nas proposições da Silvia Federici, retomamos aquela cartografia inicial das nossas vulnerabilidades para realizar um breve trabalho em grupo. Escolhemos 5 macro categorias: tempo, trabalho, saúde, universidade, mobilidade. Através de sorteio distribuímos os estudantes em grupos, e cada qual trabalhou sobre um desses temas. Cada grupo elegeu alguém que ficou responsável por fazer a sistematização da discussão e enviar posteriormente por email uma síntese em uma página.

A proposta era que eles pudessem, primeiramente, aprofundar um pouco mais a descrição do problema, para em seguida interrogar quais os recursos e estratégias disponíveis para a sustentação da vida na temática escolhida. Queríamos provocar uma reflexão sobre os aspectos invisíveis do cotidiano e do trabalho reprodutivo que participam da produção do Comum que está ameaçado.

Reproduzimos abaixo os fragmentos recebidos posteriormente.

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Mobilidade

A dificuldade de locomoção para a Unifesp, campus Guarulhos, foi a problemática mais recorrentemente citada na atividade, sendo assim foi escolhida pelo grupo como questão principal a ser trabalhada.

Foi citado diversas vezes o valor exorbitante cobrado pelas tarifas, das quais não vemos retorno no serviço prestado, veículos precarizados, superlotados, que apresentam falhas constantemente, presos em engarrafamentos que levam horas para que possamos chegar a universidade, na maioria das vezes, esgotados física e mentalmente pelo estresse que somos expostos por essas condições.

O tema da mobilidade/cidade se mostrou como um tipo de vulnerabilidade muito presente no cotidiano dos alunos, assunto que perpassa a rotina como um obstáculo a ser superado afim de que possa ser viabilizado o “ser aluno”, estar presente na universidade, exercer as atividades propostas, etc.

A força de expropriação pode ser descrita por estratégias traçadas afim de estabelecer cercamentos daquilo que é comum, privatizações do comum e compartilhado visando um acumulo para benefício individual. Um exemplo de força de expropriação de um comum que diz respeito a mobilidade dentro da questão proposta pelo grupo foi o transporte universitário, citamos o Ponte Orca, como um exemplo de transporte comum e gratuito oferecido para os universitários que realizavam as rotas principais entre Zona Leste-Unifesp, e Armênia-Unifesp.

A força de expropriação se dá num processo onde a partir da liberação do passe livre estudantil esses transportes comuns deixam de ser ofertados. A partir disso os alunos passam por uma extensa burocracia para conseguir o benefício, entre pagamentos de boletos, comprovação de baixa renda. Agora os alunos que possuem mais de 1,5 salário mínimo percapita em casa, que anteriormente faziam uso do transporte universitário, terão de pagar a tarifa para se locomover, sem contar a demora no processo burocrático onde quem depende do benefício, às vezes, perde aulas pela espera pelo mesmo.

Essa lógica beneficia os empresários, donos das empresas de transporte, que cobram valores exorbitantes por serviços medíocres. Enquanto esse processo alimenta e faz manutenção dos valores individualistas, de maximização de ganhos do capitalismo, degrada aquilo que é comum, onde se tem uma noção de socialização de um serviço.

Então pensamos o que seria possível para fazer a manutenção do comum, ou seja, ir na via contrária dessa lógica mercantil. Há algumas forças do comum que poderiam ser disponibilizadas para amenizar esse problema de mobilidade. A moradia universitária é um exemplo, ao negar esse serviço cedemos espaço para esses cercamentos do que poderia ser um comum, ou seja, aumenta-se a especulação imobiliária, os alunos buscam por alugueis de imóveis ou republicas, que ao monetarizar um serviço de moradia, degrada uma noção de comum. Há muitos casos ao redor da Unifesp de abusos, assédios, racismo, entre outros, na relação entre proprietário e locatário.

Outro exemplo possível seria a própria diminuição da burocracia para facilitar o acesso ao benefício do passe livre. Ou também as caronas entre alunos, que poderia ser um fator para amenizar também a questão do transito, se ao invés de termos diversos automóveis com apenas uma pessoa dentro, estabelecêssemos essa relação de trocas e cooperação, onde os alunos se unem e dividem os custos de gasolina em troca de carona até a universidade.

É muito importante quando delineamos as vulnerabilidades a qual estamos expostos e perpassam nosso cotidiano, pensarmos também em alternativas para supera-las e nos fortalecer, e isso só pode ser feito através de uma lógica de união e cooperação oposta a lógica que estamos colocados no sistema capitalista.

Mobilidade II

A segunda parte da aula do dia 19 de março consistiu numa discussão em grupo acerca das principais problemáticas levantadas pelos alunos na aula anterior. O grupo composto por cerca de cinco estudantes optou por tratar da questão da mobilidade e cidade, uma vez que considerou a mesma mais urgente. Várias foram às questões que surgiram a partir do ponto inicial, trataremos de cada uma!

Num primeiro momento foi levantada a questão da estreita relação entre o risco – comentado várias vezes pelos estudantes, uma vez que os índices de assalto na região são consideráveis, a rua é pouco movimentada, a iluminação é precária, entre outras questões – e o esvaziamento. Foi discutido também a questão da dicotomia entre CENTRO X PERIFERIA e RESIDENCIAL X COMERCIAL, nessa chave entramos num aprofundamento sobre a questão do risco nos diversos locais, demonstrando como as regiões mais centrais e comerciais acabam trazendo mais segurança no que as periféricas e residenciais, como é o caso do Bairro dos Pimentas, onde fica localizada a Universidade Federal de São Paulo – Campus Guarulhos.

Ao longo da discussão surgiram bons caminhos que visavam contornar as situações e melhorar a vida das pessoas – tanto dos estudantes da EFLCH quanto dos moradores do bairro -, foram pensadas questões a curto e longo prazo. Uma primeira iniciativa foi à ideia de organizar grupos de acolhimentos para os estudantes, além disso, pensou-se na implantação de um quadro de avisos para os estudantes, visando melhorar a comunicação entre os mesmos e a partir disso conseguir mobilizar grupos para ir até os pontos de ônibus, entre outras questões que forem levantadas como relevantes pelos alunos. Outra medida foi à organização entre os moradores do bairro e os próprios alunos reivindicando a melhoria dos transportes públicos da região.

Num segundo momento, a discussão foi encaminhada para a questão da relação entre os moradores do bairro e os estudantes da EFLCH, uma das medidas foi à organização de uma agenda de atividades para os moradores, visando integrá-los a universidade – entre as sugestões de atividades foram sugeridas ações educativas, eventos culturais e a criação de um reforço escolar/cursinho popular organizado pelos próprios alunos, os quais trabalhariam em algum momento do estágio obrigatório da licenciatura.

Num terceiro momento foram discutidas medidas mais efetivas para os estudantes da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da UNIFESP. A primeira medida consiste num projeto interdisciplinar de “flexibilização” curricular, o qual permitiria que os estudantes realizassem – sem muitas burocracias – os domínios conexos em outros campus e cursos da universidade. As medidas posteriores visam à facilitação de grupos mais vulneráveis da faculdade, como os que apresentam rendas mais baixas e as mães, nesse sentido pensou-se na criação de uma creche para as mães universitárias e também de uma moradia estudantil.

Tempo

Motivados pela discussão do texto de Silvia Federicci e pelos destaques da cartografia confeccionada na aula anterior, nos reunimos em grupos para refletir separadamente como cada um deles é expropriado e também para pensar em possíveis formas d e troca, reconciliação. O comum que nos foi dado foi o tempo, e, com o perdão da redundância, percebemos que ele se comporta como um denominador “comum” das outras vulnerabilidades, já que elas todas implicam na ocupação de um espaço no cotidiano.

Portanto, analisamos o tempo a partir da ótica das outras vulnerabilidades. Quando pensamos no tempo sobre a ótica da mobilidade, pensamos nas distâncias espaciais que existem no trajeto do trabalhador e dos estudantes dentro das grandes cidades, já que a maioria das periferias funciona como espaços dormitórios, obrigando os trabalhadores e estudantes a percorrerem longas distâncias até o seu destino. Inclusive, este esforço gasto em horas de transporte público não é quantificável para os empregadores nem para a universidade, gerando uma carga de trabalho que não é remunerada. O tempo é expropriadas a partir do momento em que lhes são oferecidas opções pagas para que o tempo do percurso lhes pareça menor, tanto pela via dos transportes públicos q uando dos veículos individuais, quando a ação mais confortável seria descentralizar as formas de empregabilidade e educação, diminuindo as distâncias tanto físicas, quando simbólicas de desenvolvimento e educação.

O tempo para a chave da saúde (pensado no todo – corpo e mente) é talvez a vulnerabilidade que menos ganha atenção. Para uma lógica capitalista, onde o “tempo é dinheiro”, reservar um espaço para autocuidado é visto como desperdício. Isso fez com que, acostumados a ocupar todo o nosso dia com tarefas rentáveis financeiramente – que inclusive exigem muito de nosso corpo – quando nos sobra algum espaço, não conseguimos utilizá- lo para o autocuidado e passamos a nos cobrar atrás de uma sensação de produtividade e utilidade. O capitalismo expropriou o nosso tempo de tal forma que ele não nos pertence mais e não pode ser usado para nós mesmos. O tempo sobre o trabalho também diz muito sobre as forças do capital e ainda traz um uma problemática da meritocracia como desculpa para a expropriação do nosso tempo, supervalorizando o sacrifício pelo trabalho em detrimento de outros setores da nossa vida.

Por fim, percebemos que a lógica da monetização explora os comuns em função de continuar beneficiando atores que historicamente sempre tiveram mais recursos, ao mesmo em tempo que sacrifica os espaços comuns que poderiam ser construídos dentro de uma lógica de valorização de uma economia local.

Trabalho

O tema abordado pelo grupo foi o trabalho vinculado à necessidade, que degrada e afeta o empregado de diversas formas.

O trabalho mesmo na forma de subemprego acaba por construir uma força do comum, na forma de redes de colaboração entre pessoas baseada na confiança de umas pelas outras e gerando uma corrente de indicações aos trabalhos sem os quais não existiriam, como em Mauss e a economia da dádiva, uma economia baseada em trocas e experiência sociais, um laboratório do comum, uma forma de constituição de relações e comunidades, e uma forma de interação do que é uma forma de expropriação com uma força do comum, mas que também acaba por transformar forças que antes eram do comum, como o tempo, a saúde mental e mobilidade em forças da expropriação, como foco de benefício individual e privatização da saúde.

Ou seja, ao mesmo tempo em que temos a constituição de um laboratório do comum temos o esgotamento de bens comuns e a monetização, mercantilização e privatização dos mesmos, o que ocorre com o tempo, a saúde mental e a mobilidade e não uma interligação entre eles, tudo gerado de acordo com uma extrema necessidade ao trabalho. O capital nega o direito à diferença e homogeniza tudo em seu caminho, transformando o que antes eram bens comuns em forças mercantilizadas de expropriação.

Abordamos também a insegurança dentro do recorte do estudante de humanas num geral em relação ao próprio futuro e ao mercado de trabalho, uma questão que ultimamente tem se tornado cada vez mais frequentes entres estudantes dos cursos de ciências humanas, toda essa insegurança e as cada vez mais constantes incertezas a respeito da área na qual estamos inseridos gera mais e mais dúvidas se de fato escolhemos o ramo correto ou se conseguiremos atuar de alguma forma com a graduação pela qual optamos.

Saúde Mental

A sociedade chama-me louco porque me come, e come outros, não ao acaso, não psicanaliticamente em imagem, mas de uma maneira sistemática e concertada, e quis assassinar-me e fazer-me desaparecer por eu ter visto que ela me comia e sempre ter querido dizer, aberta e publicamente, que as únicas relações que teve comigo foram por ter querido forçar-me a deixá-la comer-me à vontade.” Antonin Ataurd.

Não é com surpresa ou espanto que lemos esse trecho. Sabemos disso não só pela leitura, sabemos pois estamos cansados…cansados pois demoramos 3…2 horas para estarmos em sala de aula (aprendendo como se cansar mais e melhor). Sabemos com o corpo, pelo corpo; não com só com a ideia.

Sublinhar o corpo como lugar, físico e central, como suporte político e social e como sustentáculo da produção e reprodução do mundo é um movimento interessante. Olhar para o corpo, senti-lo – mesmo quando é velado por uma religião ou moral qualquer -, respeitá-lo, cuidar dele é uma tarefa necessária e possível de diversas maneiras.

Saúde mental é uma assunto que cada vez mais se torna um assunto importante e presente no dia-a-dia das pessoas. Os cuidados para uma vida saudável, que somente eram aplicados ao corpo, agora são aplicados a mente, com a procura cada vez maior de assistência profissional especializado em assuntos psicológicos e psiquiátricos. Com a demanda crescente pela busca de profissionais, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda apresenta uma defasagem no processo de atendimento nessas áreas, promovendo uma procura populacional por outras alternativas, como o atendimento de faculdades e universidades de psicologia (USP, PUC, UNG, etc) e centros culturais (Vila Itororó, atendimento aberto aos sábado na Praça Roosevelt em São Paulo) construindo uma prática comum dessas instituições, que oferecem um atendimento gratuito ou por um valor simbólico da consulta. Ao passo que essas instituições absorvem um núcleo de pessoas defasadas pelo setor público, promove um laboratório de pesquisa para a formação de seus estudantes, futuros psicólogos e psiquiatras.

Há pelo menos 20 anos, não é novidade de que os avanços da tecnologia na área da comunicação entre pessoas revolucionaram as formas de se relacionar – e talvez o próprio conceito de relacionamento, seja de qual tipo for. Com computadores, celulares e outros tipos de aparelhos, o “se relacionar” foi ressignificado, com as tecnologias não existe mais a necessidade da presença para ocorrer uma conversa entre amigos ou mesmo uma reunião de negócios, podendo tudo ocorrer por mensagens de texto, ou “face à face” por chama de videoconferência.

Sob estas tecnologias que surgem as redes sociais, estrutura está composta por organizações e pessoas conectadas pelos mais diversos tipos de interesses e relações. É nesse contexto que se formam grupos/comunidades nas redes sociais de pessoas com interesses em comum, sejam esses interesses quais forem; portanto, não há surpresa que surjam grupos de pessoas que dividam – e debatam – suas experiências sobre saúde mental. Ao passo que mais e mais pessoas se unam para debater e trocar experiências, tal assunto deixa de ser delegado à poucas pessoas (aqueles que tratam/estudam e aqueles que sofrem mais gravemente) e passe a ser observado e integre na discussão leigos, curiosos e pessoas que simplesmente sentem empatia. Neste momento, com a disseminação da discussão, que pode ser percebido o quanto a intensificação da vida nervosa, resultante das rápidas – e ininterruptas – mudanças sofridas nos dias atuais, ocorrentes a cada momento de socialização nas diversas esferas ao qual o mesmo está inserido (vida profissional, social e etc), exige dos indivíduos e debilita a sua mente e consciência.

Universidade

Questão-problema: Dispêndio de um grande esforço individual para a conclusão da formação universitária e no entanto existe uma grande dificuldade para a inserção do cientista social. Somos afetadas pela compreensão de que o conhecimento produzido na universidade produz efeito muito pequeno no âmbito da comunidade.

Soluções para a proteção do comum ameaçado:

-Rodas de Conversa na universidade para acolhimento do universitário em crise.

-Troca de experiências com outros universitários para diminuir a sensação de anomia.

-Criar no contexto da universidade uma Incubadora de Projetos – um projeto para oferecer assessoria à comunidade; através de metodologias ativas e participantes de necessidades apresentadas pela comunidade